3.7.13

Antonio Cicero: "O poeta marginal"






O poeta marginal

Em meio às ondas da hora
e às tempestades urbanas
conectarei as palavras
que trovarão novas trovas.
Lerei poemas na esquina,
darei presentes de grego;
a cochilar com Homero,
farei negócios da China.
Exporei tudo na rede
sem ganhar nenhum vintém:
a vaidade, a fome, a sede,
certo truque,rara mágica.
Que não se engane ninguém:
ser um poeta é uma África.




CICERO, Antonio. Porventura. Rio de Janeiro: Record, 2012.

3 comentários:

ADRIANO NUNES disse...

Cicero,

belíssimo! Salve!


Abraço forte,
Adriano Nunes

Anônimo disse...

ser um poema é uma África, repetirei a fim de não esquecer.

Rutemberg Veloso disse...

Versos vãos

Você precisa saber que
Poemas já foram rabiscos

Salmos para amar as almas
Sagrado missal manuscrito

Assim você vai entender que
Poetas nunca foram malditos.