23.7.11

Armando Freitas Filho: "Calder"




Calder


Linha leve ao léu
se lança: dinâmica
aranha de arame
tátil na teia

desenvolve móbile
tateia mecânico
mobilento serial
irradia seu raio

medular, corre
a cor — reticente
filamento, infinito
filiforme pensamento

oscila, delineia
desenrola um perfil
na orla do ar
sublinha assobio, silvo

célere labirinto
falha, o filme
de sua febre frágil:
fio fino fim.


FREITAS FILHO, Armando. "Calder" In: Instauração práxis. São Paulo: Edições Quiron, 1974, p.188.

4 comentários:

ADRIANO NUNES disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Edmilson Madureira Segundo disse...

para Alexander Calder

CIRCENSE

a literatura
que dificulta a leitura
é dura

espero que não dure

pois não cura
a dureza
nenhum’alma

à alma calejada
só mesmo um caldeirão
de candura
e calma

só mesmo um caldeirão
de calder

[2000]


P.s.: Escrevi este com 20 anos de idade, há mais de dez anos. Achei oportuno.

temas sociais disse...

tens a analise desse poema cálder?

Antonio Cicero disse...

Não. Só que é um poema inspirado numa obra do Calder.